O Náutico soma agora 37 pontos, na 9ª posição, e visita a Ponte Preta na próxima quarta-feira, pela 29ª rodada. Para o artilheiro Kieza, que chegou ao seu décimo gol no Brasileirão, o fator casa foi determinante para o triunfo alvirrubro:
- Hoje enfrentamos uma grande equipe, muito forte, de qualidade, mas conseguimos impor o nosso ritmo. Os Aflitos são o nosso caldeirão. Toda equipe que sai para cima da gente acaba perdendo.
Com o revés, o Corinthians estaciona nos 39, em oitavo na tabela do Campeonato Brasileiro. Na próxima quarta-feira, o time recebe o Flamengo no Pacaembu. Na saída de campo, o zagueiro Paulo André fez pesadas reclamações sobre as condições do gramado dos Aflitos:
- O campo é horroroso, atrapalha muito a nossa equipe, eles estão acostumados e acabaram tendo vantagem.
Jogando em casa, o Náutico - time com pior desempenho como visitante no campeonato - tinha números para respaldar a confiança. Nove das 10 vitórias no Brasileiro obtidas até o apito inicial neste sábado foram nos Aflitos, com um total de 29 dos 34 pontos conquistados (85%) somados em casa até o início do jogo. Há cinco jogos sem perder, os paulistas enfrentavam também um jejum. O Timão derrotou o Timbu pela última vez em Pernambuco há 32 anos, no Brasileirão de 1980, quando venceu por 2 a 1. No último confronto antes deste sábado, porém, o Corinthians havia levado a melhor, vencendo por 2 a 1 no Pacaembu no primeiro turno.
A partida nos Aflitos começou com emoção. Antes de a bola rolar, Paulinho se dirigiu até o alambrado, onde estava seu pai, também chamado Paulo. Os dois não se viam há muito tempo e não se falavam há dois anos. Os pais do jogador se separaram quando Paulinho era criança, e Paulo reside em uma cidade próxima do Recife. O pai do atleta não se segurou e foi às lágrimas depois de dar um beijo no filho através da grade.
O Corinthians, como é a sua característica, começou a partida procurando manter a posse de bola e abrir espaço na defesa pernambucana. Aos seis minutos, Douglas cobrou falta pelo lado esquerdo, Paulinho escorou de cabeça, mas Felipe defendeu sem problemas. A resposta nordestina veio aos 10, com Martinez cobrando falta da intermediária, colocando perto do travessão de Cássio. Dois minutos depois, a melhor chance do Náutico, também com Martinez. Após jogada de Araújo, Rhayner achou Martinez livre, perto da marca do pênalti. Ele soltou a bomba em cima de Cássio, que deu rebote. Na segunda tentativa, porém, o chute saiu torto e foi pela linha de fundo.
A partida ficou truncada, com disputa acirrada, toques para o lado e faltas no meio de campo. Aos 20 minutos, apareceu uma nova chance, a esta altura fato raro, para o Náutico. Kieza recebeu de Souza no ataque e, cara a cara com Cássio, deu um peteleco rasteiro, facilitando a vida do goleiro corintiano. O troco foi com Douglas, aos 22, em batida venenosa que passou perto do canto direito do gol de Felipe. Aos 26, Kieza fez boa jogada pela esquerda e achou Martinez, que tentou completar de letra, mas foi barrado pela zaga. O Náutico seguiu tentando pressionar, com o Corinthians atuando mais recuado. Aos 29, após cobrança de escanteio, Jean Rolt literalmente bateu cabeça com a zaga corintiana e teve de sair de campo de maca. Mas voltou.
Kieza entorta Fábio Santos
No minuto seguinte, o lance mais bonito da partida. Kieza, o artilheiro do time pernambucano, recebeu na direita, perto da linha da fundo, sem ângulo para finalizar, com Fábio Santos à sua frente. Mas ele entortou o lateral corintiano com dois cortes desconcertantes e bateu entre as pernas de Cássio: Náutico 1 a 0. Houve reclamação de que, no início da jogada, Kieza teria dominado a bola com o braço. Os pernambucanos continuaram a agredir e, aos 36, Rhayner partiu pelo lado direito e cruzou para a área. Não fosse o corte providencial de Paulinho, haveria jogadores do Náutico livres para finalizar.
O time paulista até tentava obrigar o rival a retroceder para o campo de defesa, mas não conseguia ser consistente no ataque, sem oportunidades dignas de nota além de um lance polêmico, aos 40 minutos, em que os corintianos reclamaram de pênalti em lance no qual Paulinho teria sido empurrado por Rolt, que ainda teria tocado com o braço na bola ao tentar o corte. Mas o Corinthians, em lance isolado, acabou conseguindo o empate na raça. Aos 44 minutos, o argentino Martinez partiu para cima pela direita, fez boa jogada, mas se embolou com a zaga e acabou desarmado. Paulinho entrou no lance, também não dominou, e a bola acabou nos pés do peruano Guerrero, que bateu firme, de bico: 1 a 1.
Corinthians e Náutico desperdiçam chances; gol contra decide
Para o segundo tempo, o Náutico teve uma alteração na zaga. Alemão chegou a entrar no campo, ensaiou um aquecimento, mas pediu substituição. Alison entrou em seu lugar. Logo no início da partida, aos três minutos, por muito pouco o Corinthians não empatou. Em ótima jogada, Alessandro cruzou da direita, e a bola ficou com Guerrero na área. A bola quicou, o atacante bateu forte, mas por cima do gol de Felipe. Na sequência, Kieza tentou chute com efeito da entrada da área, mas também colocou para fora.
Os pernambucanos também tiveram a sua chance, aos nove. Douglas Santos bateu da entrada da área, e a bola parou nos pés de Kieza. Ele mandou para a rede, mas estava impedido. Aos 23, depois de disputa pelo alto, a bola sobrou para Paulinho finalizar e Patric salvar em cima da linha, mas o lance já estava paralisado por falta na jogada anterior. Três minutos depois, o Corinthians perdeu a bola quando tentava partir para o ataque e Kieza foi lançado sozinho no ataque. O goleiro Cássio correu e dividiu com o atacante fora da área. Os dois caíram e a bola seguiu na direção do gol, mas Ralf apareceu para cortar quase em cima da linha.
Novamente o Náutico passou a assumir uma postura mais ofensiva, mas sem conseguir ser tão objetivo. O Corinthians, por sua vez, já não parecia tão incomodado com o empate, atacando apenas quando os erros do rival permitiam. A punição para tal postura não tardou. Aos 39 minutos, Rogério cruzou e Ralf fez contra: 2 a 1. A partir daí, o Náutico se fechou e não havia tempo para o Corinthians bater novamente o ferrolho.
Segue o jejum em Pernambuco.
Fonte: Globo Esporte
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