A vitória mantém a confortável vantagem de seis pontos na liderança sobre o Atlético-MG – os mineiros golearam o Figueirense por 6 a 0 – a dez rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. O Flu tem 62 pontos, com aproveitamento de 71%, contra 56 do Galo.
Se durante a semana Fred se desentendeu com a fabricante de seu carro e reclamou publicamente, em campo ele continuou a intensa relação com as redes. No clássico deste sábado, Fred sofreu com a marcação de Dória. Perdeu uma, duas, dez bolas. Mas pacientemente esperou e alcançou. Livre, recebeu de Wellington Nem e decidiu como no domingo anterior, na vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo. Ele chegou aos 14 gols e se igualou a Bruno Mineiro no topo da artilharia.
- Tivemos boas oportunidades para fazer mais gols, erramos no último passe, mas conseguimos marcar. Euforia é só em campo quando ganha. No vestiário, é pensar no Bahia - afirmou o herói tricolor.
O Botafogo pode lamentar chances perdidas. Foram meia dúzia, pelo menos. Algumas defendidas por Diego Cavalieri, outras passaram perto da trave. Mas no fim o zero permaneceu no placar, e o G-4 saiu da mira. O time alvinegro, sem vencer há cinco jogos, estacionou nos 40 pontos e está a dez do quarto colocado Vasco.
- A gente chegou muitas vezes, mas acho que falta maturidade para saber que esses jogos fazem a diferença, mas estou olhando sempre para a frente, não podemos nos abater. Fizemos um jogo de igual para igual com o líder e vamos lutar até o fim do ano pela Libertadores - disse Seedorf.
Na próxima rodada, o Fluminense visita o Bahia, quarta-feira, no estádio de Pituaçu. No mesmo dia, o Botafogo joga no Engenhão contra o Santos.
Botafogo desperdiça chances
Protagonista da vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo na última rodada, Diego Cavalieri continuou a brilhar. Logo aos dois minutos, Elkeson recebeu de Seedorf e chutou forte para defesa do goleiro tricolor.
Melhor no jogo, o time alvinegro esbarrou novamente no paredão adversário. Andrezinho, Jadson e Seedorf tabelaram e a bola sobrou para Elkeson, que, na entrada da pequena área, bateu rasteiro. Cavalieri espalmou.
Acuado no campo de defesa, o Fluminense só respirou a partir dos 20 minutos, quando melhorou a marcação e conseguiu trocar passes na intermediária adversária. Porém, a linha de impedimento do Botafogo travou Fred em seguidas ocasiões - foram quatro em todo o jogo.
Depois da bronca pedindo mais marcação em um treino durante a semana, Seedorf teve outro momento de sangue quente. Aos 34, ele reclamou que Diego Cavalieri cobraria uma falta à frente do local correto. Como não foi atendido, o holandês jogou a bola para trás e recebeu cartão amarelo do árbitro Felipe Gomes da Silva.
A partida ganhou em irritação e perdeu em grandes chances. Antes do fim do primeiro tempo, só um cabeceio de Fábio Ferreira por cima do gol chamou a atenção. Não tanto quanto a saída de Seedorf de campo. Pilhado, esbarrou sem querer e derrubou uma repórter que tentava entrevistá-lo. Rapidamente, ele a ajudou a levantar e, vibrante, correu em direção à torcida, cerrando os punhos e pedindo apoio.
Fred: uma chance, um gol
Pedido atendido no início da etapa final. Animados nas arquibancadas, os alvinegros quase festejaram após Seedorf cruzar e Fellype Gabriel cabecear rente à trave direita. Do outro lado, marcação pesada, muitos erros e pouca efetividade ofensiva. Em noite discreta, Deco isolou uma tentativa frontal de chute. Mesmo assim, a torcida deu a resposta na cantoria rival.
Pressionado pela goleada do Atlético-MG sobre o Figueirense, o Fluminense mudou de postura e agrediu com mais contundência. Aos 25, Jefferson se igualou a Cavalieri e fez uma linda defesa em bola cabeceada por Digão na entrada da pequena área. No rebote, desequilibrado, Gum não acertou o gol vazio e chutou por cima do travessão.
Mas o melhor estava por vir. Fred começou a jogada, Wellington Nem arrancou pela direita, olhou e rolou. O artilheiro apareceu livre, dominou de perna direita, bateu de esquerda rasteiro e abriu o placar, aos 27. Festa e dança tricolor no Engenhão.
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