Os méritos da vitória do Milan sobre o Zenit, por 3 a 2, nesta quarta-feira, deverão ser divididos coletivamente, como manda o figurino no planeta bola. Mas dois nomes deixaram o Estádio Petrovski, em São Petersburgo, com a certeza de terem sido decisivos. Na ordem de importância, o primeiro da lista é o goleiro Abbiati, de inúmeras defesas importantes. O "Don Juan" rossonero El Shaarawy, sucesso entre as mulheres - que ao menos ele afirma ter -, vem logo atrás, com um golaço que deixou os italianos aliviados, pela segunda rodada do Grupo C da Liga dos Campeões. O brasileiro Hulk e Shirokov, curiosamente no único vacilo do arqueiro, descontaram.
O resultado deixa a equipe de Massimiliano Allegri na segunda posição da chave, com quatro pontos. O líder é o Málaga, que surpreendeu ao derrotar o Anderlecht, na Bélgica, por 3 a 0. O português Eliseu foi o grande destaque da partida, com dois gols, enquanto Joaquín completou, de pênalti. Os espanhóis somam seis pontos e saldo de seis gols pró. Os belgas têm um, enquanto o Zenit é o lanterna.
Os russos, por sinal, ligaram o sinal de alerta. Após enormes investimentos nas contratações de Hulk (€ 55 milhões) e Witsel (€ 40 milhões) no fechamento do mercado de transferências, o time comandado por Luciano Spalletti ainda busca engrenar na temporada e contornar episódios de crise. Além da última colocação em seu grupo na Champions, os atuais campeões estão apenas em sexto na liga nacional, cinco pontos atrás do líder depois de 10 rodadas.
Apesar de não ter registros de falsas bombas em treino - como ocorreu com Hulk, na última sexta-feira, a situação não era lá muito diferente com o Milan. Os rossoneros fazem o seu pior início de temporada na Série A, com sete pontos em seis rodadas. Juventus e Napoli são os líderes, com 16 pontos. No domingo, o adversário será o arquirrival Internazionale, terceiro colocado, com 12.
El Shaarawy, Abbiati e... Hulk
Robinho estava no banco de reservas - e não entrou no decorrer do jogo -, mas a solução do Milan no primeiro tempo saiu dos pés de seu companheiro. Enquanto Bojan, o substituto, corria para mostrar ao técnico Allegri que não perdeu o talento dos tempos de Barcelona, Stephan El Shaarawy decidiu e colocou os italianos em vantagem. É bem verdade que o "Don Juan" rossonero foi o responsável por um gol - e que belo gol! -, mas o goleiro Abbiati também é dono de gigantesca parcela na vitória parcial dos italianos.
Aproveitando-se de um sono profundo dos donos da casa, o Milan chegou ao confortável placar em 16 minutos, assim como já acontecera com os russos diante do Málaga, na primeira rodada. O primeiro gol saiu aos 12, em cobrança de falta do holandês Emanuelson que desviou na barreira e deixou Malafeev estático. Pouco depois, aos 16, El Shaarawy arrancou da intermediária, deu uma meia-lua no marcador e tocou na saída do goleiro: 2 a 0 e quarto tento seguido do italiano.
Àquela altura o Zenit encontrava-se desesperado com a lanterna da chave e tratou de despertar. O que se viu até o fim da etapa inicial a partir de então foi um bombardeio contra o goleiro Abbiati. Desde os 21 até os 46, quando enfim Hulk diminuiu, o arqueiro italiano trabalhou bem em ao menos quatro oportunidades. O próprio atacante da seleção brasileira participou de uma delas, aos 39, em cobrança de falta da entrada da área. Abbiati apenas adiou o gol do ex-jogador do Porto, que descontou no apagar das luzes após receber bom passe de Shirokov.
Milan 'acha' gol e se segura
Pode-se dizer que Hulk e Shirokov retribuíram as generosidades logo no início do segundo tempo. Aos três, o Zenit chegou ao empate e desmoronou qualquer planejamento de Massimiliano Allegri durante o intervalo. Desta vez o passe foi do brasileiro, em cobrança de escanteio na cabeça do meia russo. Abbiati, quem diria, falhou.
O resultado até certo ponto justo também trouxe mais emoção. O Milan precisava sair para o jogo, mas via o Zenit assustar na busca pela virada. Mais chances surgiram em sequência, a melhor delas aos oito minutos, quando Boateng desperdiçou cabeçada livre, livre. Ironicamente, os rossoneros desempataram quando já sofriam um princípio de controle: aos 30, Hubocan jogou contra o próprio patrimônio após cruzamento da direita e complicou a vida dos russos.
Novamente pressionado, o Zenit se jogou ao ataque como queria Luciano Spalletti. Abbiati novamente foi figura decisiva, principalmente aos 37, quando operou um milagre em chute de Anyukov de fora da área. A comemoração foi efusiva, como se de fato o Milan tivesse ampliado e definido o jogo. A pressão seguiu até os acréscimos, mas dessa vez os italianos se safaram.
Fonte: Globo Esporte
<
Nenhum comentário:
Postar um comentário