quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vasco 1x0 Botafogo

No duelo dos maestros, aquele que suportou até o fim saiu vencedor do Engenhão. Em jogada de raça, Juninho Pernambucano deu assistência para Alecsandro marcar o único gol do clássico contra o Botafogo, aos 41 minutos do segundo tempo, e fez o Vasco dormir na quarta-feira na liderança do Campeonato Brasileiro. São 29 pontos contra 28 do Atlético-MG, que entra em campo nesta quinta para enfrentar o Santos, no Independência. O jogo foi equiibrado apenas na etapa final, já que, em grande parte da primeira, o time da Colina só não abriu o marcador porque esbarrou na trave e na atuação do goleiro Jefferson.
Em sua segunda partida, o holandês Clarence Seedorf teve desempenho positivo, correu e participou mais do jogo do que na estreia, mas não foi capaz de se destacar, sendo substituído faltando 15 minutos. O Botafogo estaciona por ora na oitava posição, com 17 pontos, e já acumula quatro rodadas sem vencer na competição - e a segunda derrota seguida.
Após a partida, os torcedores vascaínos saudaram Juninho com a música sobre o estádio de São Januário que faz referência a ele e com os gritos de "é o nosso rei". O meia ficou em campo, voltado para a arquibancada do Engenhão, de braços abertos, curtindo o momento.
- Não tem preço. A gente não imagina que só vai atingir isso no finalzinho da carreira. Acho que é isso aí é que me motiva, lógico, para continuar jogando, continuar lutando - afirmou Juninho,decisivo para que Alecsandro, artilheiro do campeonato, marcasse seu oitavo gol.
Antônio Carlos, que no lance do gol abriu os braços depois que Juninho prendeu a bola com os dois pés, reconheceu sua falha na origem da jogada.
- A culpa foi minha, eu saí jogando errado no primeiro lance - lamentou o zagueiro, muito chateado, que no campo de defesa deu um passe nos pés de Felipe.
O clássico teve público de 17.778 pagantes (21.812 presentes), com renda de R$ 489.125. No próximo sábado, pela 13ª rodada, o embalado Vasco visita o Inter no Beira-Rio, às 18h30m, e o Botafogo recebe o Figueirense, às 21h, em busca de redenção.
Alternância e Vasco mais efetivo
Diante do panorama do início do jogo, era de se esperar que o Botafogo, sempre aclamado pelo técnico cruz-maltino como um adversário de difícil encaixe para o Vasco, pudesse ser superior de novo, a exemplo dos outros dois encontros de 2012. Renato, na área, e Vitor Júnior, de longe, criaram as primeiras chances e logo inflamaram a torcida. Seedorf - que desta vez substituiu Fellype Gabriel, e não Andrezinho - posicionou-se à esquerda, recuado em relação à estreia, no domingo. Ele ajudou a reduzir os espaços de Juninho, Carlos Alberto e dos laterais. Assim, o adversário sequer mantinha a bola no campo de ataque.
Essa estrutura, porém, não durou muito mais do que dez minutos. A começar pelo alto, o Vasco começou a anular o esquema de Oswaldo de Oliveira. De cabeça, Alecsandro parou em milagre de Jefferson, à queima-roupa, tentativa que se repetiria mais tarde, novamente sem sucesso, só que por cima da meta - ambas em toque de Juninho. Logo depois, Nilton acertou chute de longe de pé esquerdo, que também parou nas mãos do goleiro.
Assustado, o Botafogo perdeu o controle da partida, passou a errar passes antes mesmo de as jogadas chegarem a Vitor Júnior, Andrezinho e Elkeson, o trio avançado. Aos 14 minutos, veio o lance mais bonito da etapa: Carlos Alberto deixou Lucas e Márcio Azevedo no chão com um drible e acertou a trave. Neste momento, já havia a inversão dos números gerais - 54% a 46% em posse de bola. Era o Vasco que mandava. Ainda assim, os minutos seguintes foram de bola mais presa entre as intermediárias e pouca evolução e ritmo, deixando o duelo morno.
Para estender a lista de lances desperdiçados, Wendel concluiu torto, sozinho na área, após Juninho achar Carlos Alberto, e este lhe passar a bola. Ao apito final, a equipe cruz-maltina somava nove finalizações, contra duas do rival - que, por sua vez, até melhorou nos minutos derradeiros, com Seedorf mais ousado, em busca de assistências. Nada que tirasse o sono do goleiro Fernando Prass, mero espectador em grande parte do tempo.
Pouco ritmo e decisão no fim
Na volta do intervalo, a única mudança ocorreu por ordem clínica e técnica. Saiu Lucas Zen, com cartão amarelo e dores no joelho esquerdo, para a entrada de Jadson. Mas o vascaíno Wendel logo pediu para ser substituído, por lesão, e deu lugar a Fellipe Bastos. A alteração fundamental para o clássico, contudo, foi a de postura do Botafogo, que se adiantou e tornou a equilibrar as ações no Engenhão, indicando um sopro de otimismo.
No entanto, três das investidas acabaram em impedimento, provando a eficiência da linha de defesa do Vasco. O restante se limitou a cruzamentos afastados por Dedé e Douglas. Pela esquerda, Márcio Azevedo fez um pouco mais: arriscou direto, sem ângulo, e Prass afastou com os pés, aos 11 minutos. Do outro lado, Bastos obrigou Jefferson a espalmar uma bola no cantinho, e ainda houve reclamação de um suposto pênalti de Lucas em Carlos Alberto.
Aparentando cansaço, a equipe de São Januário recuou. Cristóvão agiu e fez duas trocas: Carlos Alberto por Felipe - pela qual foi chamado de burro pela torcida - e Eder Luis, vaiado, por Barbio. No embalo, aos 29 minutos, Oswaldo sacou Seedorf, que chegou a jogar com uma pequena badagem na cabeça após choque e, desta vez, já foi bem mais solto e ativo, para lançar Fellype Gabriel, que melhorou a equipe alvinegra ofensivamente.
O Botafogo, então, tentou estabelecer uma pressão, mas não era organizado o suficiente. Já o rival parecia não ter meio-campo com a nova formação, embora Auremir, em jogada individual, tenha deixado Alecsandro em boas condições na pequena área - o atacante não alcançou. O ritmo que a partida perdera, porém, foi reencontrado, com fortes emoções na reta final. Os goleiros entraram em ação em lançamentos no mano a mano com as defesas.
Até que, depois de erro na saída de bola de Antônio Carlos, Felipe tocou para Barbio, que passou rapidamente para Juninho na área. Mesmo caído, o ídolo vascaíno venceu os zagueiros e conseguiu passar a bola para Alecsandro, que, sozinho, concluiu com precisão, aos 41: enfim, 1 a 0. No desespero do empate, o Glorioso partiu para cima e só teve um gol anulado, por impedimento, marcado pelo mesmo Antônio Carlos. Festa de um, preocupação do outro.
Fonte: Globo Esporte

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