Pode um campeão da América estabelecer como meta ficar entre os dez melhores do Brasil? Pode. Agora pode! Era o que Tite queria. Enquanto as forças estavam voltadas para a Libertadores, seu Corinthians chegou a ficar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O "inferno", como gosta de chamar o técnico gaúcho. A meta inicial era modesta: chegar ao G-10.
Pronto. Com a vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, no Pacaembu, a equipe alvinegra conseguiu seu objetivo. É a décima colocada com 15 pontos, embora tenha de torcer para que o Flamengo não vença a Portuguesa nesta quinta-feira, no Engenhão. Ainda não é o "paraíso", mas dá tranquilidade para, nas próximas rodadas, tentar se aproximar dos que estão à frente.
Um deles, justamente o Cruzeiro (sexto colocado com 20 pontos), que não jogou bem, pecou pela falta de criatividade e perdeu chance de entrar na zona de classificação para a Libertadores, ocupada momentaneamente por Vasco, Atlético-MG, Fluminense e Grêmio. A equipe vinha de duas vitórias consecutivas e parecia ter recuperado o embalo sob o comando de Celso Roth, mas abusou das faltas, principalmente na etapa inicial, insistiu em tentar furar a forte defesa corintiana pelo meio e não ofereceu real perigo em momento algum.
A atuação do Timão também não foi de encher os olhos, mas não fugiu do padrão ao qual Tite acostumou sua torcida: com disciplina tática, dedicação na marcação, movimentação constante e coragem com a bola nos pés. Enquanto Danilo, Paulinho, Emerson e Fábio Santos aproveitavam cada metro de campo, Montillo teve lapsos do seu bom futebol e os atacantes Borges e Wellington Paulista pouco pegaram na bola. O esquema com três volantes foi desfeito ainda no primeiro tempo, mas nem assim o time criou.
No fim de semana, ambos voltam a jogar no domingo pelo Campeonato Brasileiro. O desafio do Timão será o lanterna Bahia, às 16h, no Pituaçu. Já a Raposa receberá o Palmeiras, às 18h30, no Independência.
Mais faltas, menos gols
De trás para frente. O Cruzeiro terminou o primeiro tempo com 17 faltas contra sete do Corinthians. Em determinado momento da partida, o placar indicava 15 a 2. Com uma tática "Rothiana" de parar o jogo, a equipe mineira só conseguiu equilibrar no início, quando se posicionou mais à frente e Montillo teve certa liberdade para jogar. O camisa 10 estava veloz, com deslocamento e toques rápidos, mas foi freando, freando... E, de repente, o campeão da Libertadores já tinha domínio total.
Danilo participou muito do jogo e dava aquela velha impressão de ser impossível lhe roubar a bola. Gira pra cá, pra lá, protege, levanta a cabeça... Numa de suas jogadas características, acertou um chute forte de fora da área, teve até auxílio de um desvio na zaga, mas Fábio espalmou. A movimentação dos corintianos confundiu o Cruzeiro, que mesmo assim perdeu a grande chance de abrir o placar. Em cobrança de escanteio, Leandro Guerreiro ficou de frente para o gol e, de pé esquerdo, chutou para fora.
Tantas faltas da Raposa, em algum momento, trariam prejuízo. Quando Sandro Silva, que gosta de toques refinados, errou o domínio dentro da área, errou também o tempo da bola e acertou as pernas de Jorge Henrique: pênalti bem batido por Chicão. E o volante cruzeirense, que já tinha cartão amarelo, foi poupado pelo árbitro Leandro Vuaden. Mas não por Celso Roth. Era tão óbvio que ele seria expulso, que logo foi substituído por Fabinho. Esquema ofensivo incapaz de fazer os mineiros ameaçarem até o fim do primeiro tempo.
Com a cara deste Corinthians
Um centímetro. Um milímetro. Impossível medir quanto faltou para Emerson matar o jogo logo no comecinho do segundo tempo. E sorte de Vuaden que ele não alcançou o cruzamento de Fábio Santos... É que o goleiro Fábio deu um bico para a frente e a bola foi amortecida na mão do lateral-esquerdo, dentro da área. No passe, a bola quicou e fugiu do Sheik, que se esticou no chão para lamentar a chance perdida.
O Corinthians manteve a postura do primeiro tempo até o Cruzeiro voltar a adiantar sua formação. Quando notou que estava exposto aos contra-ataques, o time paulista ficou mais precavido.
Montillo, que estava sumido, apareceu, mas muito nas bolas paradas. Sim, o feitiço virou contra o feiticeiro e os mineiros passaram a ser parados com faltas. O argentino tentou cruzar, mas não achou a cabeça de nenhum companheiro. Tentou bater direto, mas não achou o ângulo de Fábio. A tentativa de pressão quase resultou na expulsão de Paulo André. Assim como Sandro Silva, ele fez falta digna de cartão amarelo, mas como já tinha recebido no primeiro tempo, foi 'perdoado' pelo árbitro.
Celso Roth trocou Diego Renan de lateral, da esquerda para a direita, e ele até conseguiu levar perigo, como numa dividida que acertou, sem intenção, o goleiro Cássio. As aparições ofensivas do Corinthians eram raras, mas perigosas, sempre com participação de Sheik e Romarinho. Velozes no contra-ataque, eles chegavam rapidamente à área e, quando conseguiam a finalização, paravam nas mãos de Fábio. Um fim de jogo morno que Tite e Paulinho resolveram esquentar.
O técnico, ao chamar o peruano, de cabelo esquisito, artilheiro da última Copa América... Ele foi aplaudido pela Fiel desde o aquecimento e voltou a animar a arquibancada quando foi chamado pelo professor. Os sete minutos foram suficientes apenas para as primeiras gotas de suor na camisa 9 e a apresentação à grama do Pacaembu. Guerrero ainda terá tempo para mostrar que é guerreiro como seus companheiros.
Danilo participou muito do jogo e dava aquela velha impressão de ser impossível lhe roubar a bola. Gira pra cá, pra lá, protege, levanta a cabeça... Numa de suas jogadas características, acertou um chute forte de fora da área, teve até auxílio de um desvio na zaga, mas Fábio espalmou. A movimentação dos corintianos confundiu o Cruzeiro, que mesmo assim perdeu a grande chance de abrir o placar. Em cobrança de escanteio, Leandro Guerreiro ficou de frente para o gol e, de pé esquerdo, chutou para fora.
Tantas faltas da Raposa, em algum momento, trariam prejuízo. Quando Sandro Silva, que gosta de toques refinados, errou o domínio dentro da área, errou também o tempo da bola e acertou as pernas de Jorge Henrique: pênalti bem batido por Chicão. E o volante cruzeirense, que já tinha cartão amarelo, foi poupado pelo árbitro Leandro Vuaden. Mas não por Celso Roth. Era tão óbvio que ele seria expulso, que logo foi substituído por Fabinho. Esquema ofensivo incapaz de fazer os mineiros ameaçarem até o fim do primeiro tempo.
E Paulinho... Bem, Paulinho resolveu comemorar seus 24 anos em grande estilo. Segundos antes do apito final, acertou um belo chute. Soprou as velinhas e fez mais de 30 mil convidados voltarem para casa com um presente.
Fonte: Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário