Campanhas distintas, sonhos diferentes. O Atlético-GO queria sair da lanterna, o São Paulo sonhava com o G-4. Quarenta e cinco minutos foram suficientes para que os dois times mostrassem suas realidades. O Dragão, que venceu por 4 a 3, deixou a impressão que fugir da zona de rebaixamento pode não ser uma tarefa impossível. Já o Tricolor, após duas eliminações na temporada (Paulistão e Copa do Brasil) e uma troca de treinador, mostrou que precisa de mais para não completar mais um ano sem título.
Quem não viu o jogo no Serra Dourada pode estranhar o placar, baseado no que as duas equipes haviam apresentado até então. O Atlético-GO teve um aproveitamento espetacular, marcando em apenas um jogo metade dos gols que havia feito em todo o Campeonato Brasileiro - foi para o intervalo vencendo por 4 a 1. Já no São Paulo, o esquema 3-5-2 e toda a estratégia traçada pelo técnico Ney Franco se perderam com a péssima noite do setor defensivo: Denis e Rafael Toloi falharam no primeiro gol. No segundo, originado em pênalti inexistente, Douglas estava perdido na marcação de Eron. Nos outros dois, Rhodolfo contribuiu com o rival. A reação na etapa final, quando Ney mandou a equipe para o ataque, não foi o bastante.
Com a vitória, a segunda na competição, o Dragão, após seis rodadas, deixou a lanterna. O time foi a oito pontos, mesmo número de Figueirense e Bahia, mas leva vantagem por ter uma vitória a mais - o Tricolor baiano ainda joga nesta quinta-feira, contra o Palmeiras. Já o time do Morumbi, que sofreu sua quinta derrota em 12 partidas, caiu para a sétima posição, com 19 pontos.
Os dois times voltam a campo no domingo, às 16h (de Brasília). Após duas rodadas, o São Paulo atua novamente no Morumbi, contra o Flamengo. Já o Atlético-GO enfrentará o Sport, na Ilha do Retiro, no Recife.
Zaga tricolor falha, Atlético-GO aproveita
Pressionado pela sequência de resultados ruins, o técnico do Atlético-Go, Jairo Araújo, resolveu agir e promoveu três mudanças em relação ao time que foi goleado pelo Internacional na última rodada. O zagueiro Gilson e o volante Bida, até então intocáveis no time, saíram para as entradas de Marcos e do atacante Wesley, o que deixou a equipe mais ofensiva. Na lateral, Marcos ficou com a vaga de Rafael Cruz. No São Paulo, Ney Franco apostou na base que venceu o Figueirense.
Os primeiros dez minutos mostraram o Tricolor melhor em campo. Com posse de bola, a equipe manteve o controle e criou uma boa chance logo aos quatro minutos, com Willian José. Cortez mostrava desenvoltura no apoio pelo lado esquerdo e funcionava como a melhor alternativa da equipe.
O time da casa, que até então tinha dificuldade para sair da defesa, começou a mudar a história do jogo quando abriu o placar em seu primeiro ataque na partida. Marcos cobrou falta, os três zagueiros deram bobeira na marcação, e Marino, com a contribuição de Denis, tocou no canto direito para fazer 1 a 0. Neste exato momento, embora o relógio estivesse com apenas 16 minutos, a partida se definiu.
O São Paulo assimilava o primeiro golpe quando tomou o segundo. Desta vez, houve a contribuição do juiz Emerson de Almeida Ferreira, que marcou pênalti inexistente de Douglas em Eron - essa foi a opinião do comentarista de arbitragem da TV Globo Leonardo Gaciba. O goleiro Márcio bateu com tranquilidade, no meio do gol, e fez 2 a 0. Aos 30, novo vacilo da zaga na bola aérea e mais um gol do Atlético-GO: Patric, de cabeça, que ganhou no alto de Rhodolfo. Nem o mais otimista torcedor do Dragão poderia imaginar esse cenário ainda na etapa inicial.
Perdido em campo, com vacilos na marcação e sem criatividade no meio, o São Paulo achou um gol aos 41, com Ademilson. Nada que ameaçasse a vitória do time da casa, que, ainda no primeiro tempo, marcou o quarto gol com Wesley, após nova falha de Rhodolfo. Era só chegar na área tricolor que o Atlético-GO marcava. Simples assim.
São Paulo reage na etapa final, mas fica no quase
Ney Franco resolveu agir no intervalo. Abdicou do esquema com três zagueiros, colocando Casemiro na vaga de Edson Silva e lançando Rodrigo Caio na lateral, na vaga de Douglas, que já havia levado o cartão amarelo. O time voltou com outra postura e, com quatro minutos, diminuiu sua desvantagem com Jadson, em cobrança de pênalti sofrido por Casemiro. O time ganhou moral, e aos 12 Márcio evitou gol de cabeça de Casemiro. O Atlético-GO respondeu na sequência, e Denis fez grande defesa em chute de Ricardo Bueno.
Enxergando uma luz no túnel, o Tricolor ganhou ainda mais esperança aos 17, quando Rafael Toloi arriscou de fora da área e marcou um golaço, mandando a bola no ângulo esquerdo de Márcio. O time da casa sentiu o golpe. Jairo Araújo mexeu duas vezes na equipe. Primeiro, colocou Jairo Campos na vaga de Patric, com a função de puxar o contra-ataque. Depois, Marino sentiu lesão e foi substituído por Dodó.
O São Paulo seguiu melhor em campo, e o empate parecia ser algo possível. Aos 40, Jadson arriscou de longe, e Márcio fez grande defesa. Logo depois, Ney Franco partiu para o tudo ou nada, ao sacar o zagueiro Rafael Toloi, que já tinha cartão amarelo, para colocar o atacante Rafinha. Jairo Araújo respondeu, sacando o atacante Ricardo Bueno e colocando o zagueiro Gustavo. Na última chance, Rodrigo Caio, de cabeça,
quase empatou. Apesar da pressão dos paulistas até o fim, o time da casa garantiu a vitória - resultado justo, já que foi melhor na maior parte do jogo.
Fonte: Globo Esporte
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